Prós e Contras: circo e vedetismo
Fátima Campos Ferreira, infelizmente como muitos outros, faz parte do grupo de jornalistas que confunde jornalismo com protagonismo pessoal - comentam, interrompem, fazem à partes, reinterpretam, concluem pelos outros -, ocupando mais tempo que os convidados.
Oscilam entre o agressivo e o laudatório e falam, falam, falam... como quem se auto-entrevista.
O excesso de Fatismo não é o único defeito do programa Prós e Contras.
A moda, pretensamente moderna e interactiva, da plateia que assiste, conduz à dinâmica circense de claques que, não tendo direito à palavra, competem entre si ruidosamente com palmas, vaias, bocas, para fazer o seu grupo marcar mais pontos na televisão.
Não se procura, verdadeiramente, o debate mas, simplesmente, o espectáculo.
O público presente nada acrescenta, senão ruído; porque, sem este, ali não são nada, podiam ser figuras de cera.
Assim, mesmo quando o tema e os convidados podiam tornar a conversa interessante, com Fátima e claques dá-se cabo do debate em troca da faca e alguidar.
O debate não precisa de assistentes, mas de agentes.
E se pretendido com participação de outros que não os convidados principais da mesa, convidem apenas aqueles a quem será permitido verdadeiramente participar, isto é, debater... em vez de bater palmas.