A lata do Vara e o galho da Caixa

Os jornais noticiaram que António Vara quer manter o vínculo contratual à Caixa Geral de Depósitos, tendo para isso pedido uma licença sem vencimento, mesmo se passar de administrador da Caixa para administrador do Banco Millenium bcp.
Lata, ao Vara, não falta e lá terá pensado que tentar não (lhe) custa e que há que acautelar o futurinho porque nunca se sabe o que pode acontecer entretanto.
Pode não ser muito ético mas, como diz a nova 'nomenklatura' nacional, não é ilegal.
O que não teria qualquer justificação era o pedido ser aceite pela Caixa.
Se fosse para uma empresa doutro sector ainda vá, agora para o seu mais directo concorrente - ou não são concorrentes? - é, masoquisticamente, entregar o "ouro ao bandido" e dizer-lhe que é bem-vindo quando decidir voltar - a não ser que a alta direcção da Caixa tenha secretamente decidido enviar o Vara como seu espião, e compensá-lo em concordância.

Em entrevista televisiva, respondendo a uma pergunta sobre se teria avançado com a sua candidatura alternativa à administração do Milleniumbcp por não ter sido escolhido para a da Caixa, Miguel Cadilhe disse que não podia sequer ter tido esse interesse porque o acordo escrito que assinou no passado quando saiu do BCP o impede de trabalhar para qualquer outra instituição financeira que não o próprio Millenium bcp.