segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A minha pátria é a língua portuguesa? (3)











Seja o investidor conservador ou moderado, no Expresso de 24 de Fevereiro os depósitos são a "Praso".

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Certamente com o cartão apropriado e a falta de escrúpulos associada

Pode haver orçamento que chegue?

Um vereador da maioria da câmara municipal de Lisboa tem 32 assessores!

A insustentável leveza da justificação do indulto

Por erro de informação, dizem, o Presidente da República indultou um foragido.
O Ministério da Justiça reconheceu a existência das informações, e sua actualidade, relativas às condenações e à fuga do bafejado pela sua inépcia, justificando a omissão daquelas no processo de indulto "por não serem de leitura evidente".
O que é que isso quer dizer? Porque não é dada uma explicação como deve ser? Afinal, o que é que não era evidente e porquê? Quem não soube ler as informações? Quem é responsável pelo erro? Que consequências foram tiradas?
Deixem de nos infantilizar e tratar como analfabetos a quem qualquer discurso redondo cala.
E os nossos jornalistas, com modo medíocre e servil, transcrevem e contentam-se com a explicação não explicada, deixando de investigar e perguntar.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

O "belo" exemplo dos autarcas portugueses

Segundo notícia da Agência Financeira, de dia 14, cerca de 800 (oitocentos) autarcas eleitos em 2005, ao contrário do legalmente exigido, não depositaram as suas declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional. O número dos incumpridores corresponde a 39% do total de 2.043 autarcas repartidos por 308 municípios.
Porque será? Foi esquecimento colectivo?
A lista dos incumpridores devia ser pública, para os cidadãos saberem se os seus eleitos cumprem ou não as obrigações legais.
Depois queixam-se que as pessoas têm uma má opinião dos políticos locais e desconfiam da sua integridade.
Infelizmente, o poder local é uma das grandes decepções do após 25 de Abril de 1974.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Não perca a grande "Rave" ferroviária

No seu sítio internet, a REFER publicou uma nota afirmando que «O Jornal “Correio da Manhã” publica com grande destaque na sua edição de hoje uma notícia intitulada “Director da CP despedido indemnizado e de novo contratado”, a qual, além de grosseiras confusões e erradas referências à estrutura empresarial do sector ferroviário, aborda igualmente, sem elementar respeito pelo rigor e correcção devidos, o processo de revogação do contrato de trabalho por mútuo acordo com um quadro superior da REFER e, cerca de seis meses mais tarde, o início da colaboração técnica contratada entre a RAVE e aquele especialista.», que solicitou à Tutela um inquérito e que não fará mais declarações sobre o assunto antes dos resultados desse inquérito.

A notícia do Correio da Manhã refere o caso dum ex-Director da REFER que teria recebido da empresa, em Junho de 2006, uma indemnização de 210 mil euros, num processo de rescisão por mútuo acordo por iniciatica daquele, e que dois meses depois teria sido contratado pela RAVE, por três anos, como assessor da Administração e um vencimento mensal de 5.050 €.

Interrogado na SIC Notícias sobre esta notícia, Saldanha Sanches apelou a que orgãos de comunicação social, blogues, partidos reagissem e exigissem explicações para que estas situações não continuassem a suceder em empresas de capitais públicos.

A REFER é uma E.P., empresa pública com 100% do capital detido pelo Estado.
A RAVE é uma S.A., que tem como accionistas o Estado (60%) e a REFER (40%).
Luís Pardal é o Presidente de ambas as empresas; na REFER tem entre os seus pelouros também o dos Recursos Humanos.

O Relatório e Contas de 2005 da RAVE, na pág. 57, refere os seguintes Recursos Humanos:



Sendo, portanto, habitual a REFER destacar colaboradores para trabalharem na RAVE não se percebe a situação acima descrita.
Se a REFER aceita uma cessação de contrato por mútuo acordo, com indemnização, é porque considera não ter utilidade na manutenção desse trabalhador no seu quadro e ser preferível pagar-lhe para sair.
Mas o mesmo já é útil na sua participada RAVE! Não podiam, então, ter antes procedido a uma acordo de cedência ocasional desse colaborador?

Sigo o apelo de Saldanha Sanches.
Não podemos ficar indiferentes e achar tudo normal.
Há que pedir explicações e prestação de contas.
Tem de haver responsabilização pelas decisões tomadas nas empresas de capitais públicos. Havendo má gestão, abuso de poder ou negligência tem de haver consequências.
Quando justificado, cabeças têm de rolar.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Ineficiência da Justiça = injustiça

Notícia do Jornal de Notícias, de 11 de Fevereiro, informa que o processo em que Avelino Ferreira Torres, ex-presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses foi condenado pelo Tribunal da Relação do Porto, por ilícito de abuso de poderes, assim reduzindo a pena da condenação inicial do Tribunal de Marco de Canaveses por crime de peculato, está em risco de prescrever. Ao recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, que foi rejeitado, seguiu-se um recurso para o Tribunal Constitucional alegando violação do direito de defesa e recurso.
Em causa está a utilização de funcionários da Câmara em obras da sua quinta particular.
O crime prescreveria no máximo ao fim de 10 anos e 6 meses, pelo que bastaria a Ferreira Torres evitar durante mais uns meses uma decisão definitiva para argumentar pela prescrição.
O processo datará de 1996 e o acordão do Tribunal do Marco é de 11 de Junho de 2004.
Como é possível passar tanto tempo sem uma decisão final?
Não deveriam os tempos de prescrição ser contados de forma diferente quando há condenação em mais de uma instância e se sucedem os recursos?
O caso não é único. Várias outras prescrições têm sido noticiadas sem que nunca seja explicado o que, para nós leigos, parece incompreensível: os longos tempos de trâmites processuais e tomada de decisão.
Estão os magistrados mais preocupados com o processualismo jurídico que com a justiça?
Será só ineficiência?

A minha pátria é a língua portuguesa? (2)

E o prémio vai para o comandante Galinha Dias, da Agroar, que, em declarações ao Público de 12 de Fevereiro (pág. 21), para rebater a acusação da Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea de que o Ministério da Administração Interna tratou diferenciadamente as várias empresas a quem alugou meios aéreos de combate a incêncios, estabeleceu que é possível falar fluentemente sem perceber.
Não há como ler.
Segundo o Público, Galinha Dias reconheceu problemas dalguns dos seus pilotos, polacos, em compreender as indicações que lhes eram dadas mas alegou que o caderno de encargos exigia "falar fluentemente Português e não perceber fluentemente Português". [realce fdr]
E não se pode promover a professor?

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Informação, conhecimento, promiscuidade e vacuidade

Há três grupos principais de convidados para comentários e entrevistas: políticos, celebridades e jornalistas.
Será por falta de imaginação, por falta de contactos, que são quase sempre os mesmos em quase todas as ocasiões a dizer a mesma coisa?
Qualquer que seja o assunto (a paz no mundo; o início ou fim da história; a crise energética, o nuclear e a co-incineração; a biotecnologia alimentar; as eleições neste país; a economia e o défice daqueloutro; a exigência deste grupo; o último gadget daquela empresa; os jogos e jogadores da selecção nacional de futebol; o novo sabonete que lava como nenhum outro antes lavou; o gato da vizinha que miou com cio toda a noite; a melhor maneira de descascar batatas; a razão porque o primeiro dia de trabalho se chama segunda em vez de primeira-feira), lá estão os do costume a repetir o que outros escreveram ou disseram noutros meios.
Que rasgo de inteligência faz pensar que, por exemplo, ser escritora ou actor de telenovela habilita especialmente alguém para opinar priviligeadamente sobre assuntos da cidadania?
Que golpe de criatividade leva a, continuadamente, ir ouvir os políticos papaguearem as mesmas generalidades ocas, que lhes permitem desdizer-se numa ocasião diferente.
Não bastava a atracção dos jornalistas pelos políticos - repetidos e repetitivos - tinham, ainda, que, incestuosamente, convidar-se uns aos outros quando não convidam aqueles.
Jornalistas que promovem jornalistas a especialistas disto, daquilo e de tudo o mais, e que se sentem autorizados a sobre tudo falar como quem detém a verdade. Para mais, apresentados como verdadeiros independentes. Afinal, também eles, dizendo o já dito.
Um círculo fechado que tende para um pensamento quase único, com diferenças no rendilhado.
Será que só os jornalistas e meios de comunicação não sabem que há por aí cientistas, pofessores, investigadores, estudiosos, praticantes, pessoas simples com conhecimento para transmitir e debater e que, esses sim, interessaria ouvir sobre as matérias a que dedicam tempo, atenção e reflexão.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Prós e Contras: circo e vedetismo

Fátima Campos Ferreira, infelizmente como muitos outros, faz parte do grupo de jornalistas que confunde jornalismo com protagonismo pessoal - comentam, interrompem, fazem à partes, reinterpretam, concluem pelos outros -, ocupando mais tempo que os convidados.
Oscilam entre o agressivo e o laudatório e falam, falam, falam... como quem se auto-entrevista.
O excesso de Fatismo não é o único defeito do programa Prós e Contras.
A moda, pretensamente moderna e interactiva, da plateia que assiste, conduz à dinâmica circense de claques que, não tendo direito à palavra, competem entre si ruidosamente com palmas, vaias, bocas, para fazer o seu grupo marcar mais pontos na televisão.
Não se procura, verdadeiramente, o debate mas, simplesmente, o espectáculo.
O público presente nada acrescenta, senão ruído; porque, sem este, ali não são nada, podiam ser figuras de cera.
Assim, mesmo quando o tema e os convidados podiam tornar a conversa interessante, com Fátima e claques dá-se cabo do debate em troca da faca e alguidar.
O debate não precisa de assistentes, mas de agentes.
E se pretendido com participação de outros que não os convidados principais da mesa, convidem apenas aqueles a quem será permitido verdadeiramente participar, isto é, debater... em vez de bater palmas.