quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

E os médicos manetas?

Médicos às armas, às armas, contra o registo de assiduidade com impressão digital, marchar, marchar.
Até dá direito a deslocação do glorioso Bastonário que se desdobra em afirmações e acusações de guerra: é um atentado à dignidade, o exercício da profissão não se compadece com o registo de entradas e saídas, os médicos e os seus directores clínicos sempre controlaram eles mesmos os seus horários e prestação.
Claro que nunca se viu os médicos ou seus reclamados representantes contestarem ou acusarem de ignomínia o registo em "livro de ponto". Na minha ignorância, confesso não perceber a diferença substantiva entre as formas manuais, mecânicas ou electrónicas de controlo horário.
Tão pouco ouvi antes o dr. Bastonário tão exaltado com outras matérias ou problemas da saúde. Mas o seu melhor argumento foi mesmo afirmar que as necessidades dos doentes não permitem aos médicos interromper a atenção que lhes dão para irem apor o dedo numa qualquer máquina e que o patrão dos médicos são os seus doentes.
Ao dr. Bastonário gostava de pedir que precisasse se junto vem (para nós doentes) o direito de despedir com justa causa.
E sugerir-lhe um elemento adicional de contestação que não lhe terá ocorrido: é que o controlo por impressão digital é manifestamente discriminatório para os médicos manetas, sem dedo para digitar.