sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A minha pátria é a língua portuguesa? (4)

O acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado em Dezembro de 1990, em Lisboa, e entretanto esquecida a sua ratificação, a contento de muitos.

Agora anuncia-se, até ao fim do ano, a ratificação por Portugal, mas com um período de 10 anos de deferimento, do protocolo modificativo do acordo ortográfico, aprovado em 2004. Dos oito países da CPLP três já o fizeram: Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Se, como dizem, o acordo ortográfico da língua portuguesa muda apenas 0,4% das palavras no Brasil e 1,6% das palavras em Portugal, então para quê o acordo?

Há quem diga que pode contribuir para a promoção e funcionalidade do uso da língua portuguesa nos fóruns internacionais. Mas outras línguas com variantes ortográficas disso não se queixam.

O que mais se ouve referir prende-se com os efeitos na indústria editorial e sobretudo livreira - p.e. os custos de revisão das obras existentes; a abertura do mercado do livro escolar africano às editoras brasileiras.

Afinal qual é a razão e importância do acordo?

Uma política da língua tem de ter propósitos e objectivos próprios, e não pode ser conduzida pela e para a indústria editorial e seu comércio.